Se for viajar, viaje de cinema.
“Road-Movie” é um gênero de filme que se popularizou na década de 60, com grandes clássicos como O Silêncio (1963), Easy Rider (1969), O Incrível exército de Brancaleone (1966), continua com Thelma e Louise (1991), Diário de Motocicleta (2004), Na Natureza selvagem (2006) e por aí vai, já que o gênero exige que a história se passe na estrada, seja ela intergalática, na terra, nos trilhos ou na estrada. Mas fico em dúvida se posso acrescentar as diligências (1939) ou o conceito só existe depois de que ele é criado? Eu fico bastante confusa por que acho que o conceito só existe para explicar o fenômeno, ou seja, o fenômeno já existia e houve a necessidade de ser classificado.
Beleza, e as viagens alucinógenas?? Também é um road-movie??
Ficou intrigado?? É... a “ciência” cinematográfica ainda é muito nova e suas bases não estão engessadas, ficamos boiando. E Indiana Jones, é road-movie??
Mas não tenha dúvidas, todos os sábados faremos viagens a mundos maravilhosos. Viajaremos de cinema: poltrona confortável, totalmente seguro , cia. animada e inteiramente gratuito. Leve seus amigos!!
Em março você e os personagens da Tela vão viajar: de diligência, com John Ford e John Wayne; de Harley Davidson, com Peter Fonda e Dennis Hopper; e claro, como era de se esperar, de trem com Wes Anderson e Owen Wilson
Obedecendo a um tempo cronológico, o primeiro filme da trilogia será No Tempo das Diligências (1939).
O filme é um western (aqueles filmes de cowboys e selvagens, o bang-bang) do diretor John Ford, um desses homens extremamente importantes para o cinema mundial que fez ruir as estruturas. John Ford apresentou ao público de 1939 um dos mais talentosos atores americanos, John Wayne, o legítimo americano.
John Wayne foi o mais americano dos atores, talvez o mais americano dos americanos. “Esse ator de andar oscilante, com cara de solitário e duro, porém compreensivo cowboy, criou ao longo de sua intensa carreira um dos arquétipos mais firmes do cinema: o do americano seguro de si e do direito que lhe assiste, possuidor de uma clara percepção do bem e do mal, desembaraçado, conservador, patriota e sedutor.” – Os Clássicos do Cinema, vol.1.
Os westernes que estavam constantemente entre altos e baixos, estavam em fase de extinção quando entrou em cena John Ford e transformou o Western, dando a ele mais gás, mais vida (...e como esse gênero se prolongou!!). Ford lançou BUCKING BROADWAY (1917), um filme mudo, super difícil de achar, mas que eu adorei a ídéia: invadir a Brodway que já era uma cidade desenvolvida e tumultuada com cavalos.NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS (1939), O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA (1962), RASTROS DE ÓDIO (1956).
Mas foi No Tempo das Diligêncais que se criou o laço entre John Ford e John Wayne, uma dupla tão incrível quanto Tim Burton e Johnny Depp.
Na sequência temos, Easy Rider/Sem Destino (1969), o que dizer deste filme?? um Clássico? um momento de clarividência? O grito de uma geração.
Até hoje sofremos, deliciosamente, os ecos daquela geração bendita da década de 60/70 e que se fez ecoar por tantos anos por causa deste filme. Na época o cinema era mania mundial, e o filme de Petter Fonda (irmão de Jane Fonda – ícone de beleza da década de 50) tornou-se hino desta geração. Meu pai me contou que viu esse filme mais de 15X na época. Nas férias eu fui a um show de rock e delirei ao som de “Born To Be Wild” do Steppenwolf, não conhecia a história daquela música, sabia apenas que era um hino do rock, do havy metal, do punk, das rebeldias e afins. Mas descobri, e delirei. E fiquei três dias seguidos ouvindo alucinadamente esta música, baixei a trilha sonora de Easy Rider e compreendi. Mais uma semana alucinada, Arquimedes, meu companheiro, ficou preocupado com uma possível overdose, o que acabaria com o tesão pelo filme, e na hora da estreia ficaria de “bode”.
Mas vamos lá, usem sem moderação: